segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

APENAS UM TEMPO...


Entre a festa de todos
E a que de todos devia ser

Este o tempo que mediará até voltar a este jovem espaço, ciente de que tentei enquadrar um um caminho e vivências pessoais, sem qualquer pretensão a não ser a partilha.
De tal não abdico, até pelo vosso carinho e força, apenas porque há que amadurecer ideias, menos bucólicas , no sentido de as narrar sem ferir susceptibilidades e de forma nobre.
"Parto" com o Natal do inverno e regressarei com a bela revolução dos Cravos na Primavera . Estará apenas em obras.
Até lá e como sempre, o meu coração, amor e carinho, continuará  numa das coisas que mais adoro: O Blog dos Forninhenses, essa sim a minha genuína casa, que a Paula fez o favor de construir e mostrar ao mundo e a qual tenho um orgulho imenso em habitar.
Portanto, beijos, abraços e até... e Festas Felizes, do Nascendo...

domingo, 24 de novembro de 2013

A VAREJA


" Verde foi meu nascimento, mas de luto me vesti, para dar a luz ao mundo, mil tormentos padeci!".

Afinal qual mãe a sentir as primeiras dores do parto...

Em tempos antigos...

E em tempos modernos, a tradição
Que a mão sábia, avalia e agradece                 
No amanhecer da noite mal dormida, não apenas pelo corpo dorido do cansaço, mas pela falta de tempo,  lá vinham os homens e mulheres "ao ganho" de mais um dia de vareja. à de fulano tal, não faltavam ano nenhum, eram bem tratados.
A minha mãe vai-me como de costume, avivando memórias gravadas da minha infância, como algumas que venho deixando no livro da minha terra: "o blog dos forninhenses". Obrigado mãe! A ela recorri sobre este tema da vareja. Acabando-se os míscaros, chega o tempo de ripar uma ou outra azeitona mais temporã para curtir na talha e que irá enfeitar os pratos na mesa durante todo o ano.
Mas o pessoal chegado para mais um "dia da azeitona", não podia ficar parado, já era Dezembro, o mês dela em Forninhos, mas podia prolongar-se a apanha até Janeiro,dependia do estado de maturação e do tempo. Com neve e neve durante dias, quem lá ia...
A minha família tinha oliveiras desde Valongo, Porto, Nogueiras, Olivais e até em Colheirinhas, aldeia pequenina sita a cerca de meia dúzia de quilómetros da minha aldeia.
Aqui vagamente recordo um dia ter acompanhado o "rancho" de gente. Quilómetros a pé, homens vestidos de samarras e mulheres de xaile tapando a cabeça e apertando os queixos. Eles com os toldos e varas às costas e elas com os canastros e cestas de verga à cabeça, mas todos gelados, o gelo e gelada resistia ao sol que começava a romper.
Na chegada a Colheirinhas, a primeira coisa era fazer a fogueira no olival, aquecer o corpo e despertar o espírito. Iam muitas raparigas que transformavam a tarefa árdua numa festa, para começar, faziam-se anunciar tocando desafiadoramente a sineta da pequena capela local. "Já chegamos!". Aliás, um dia, os da aldeia chatearam-se e tiraram a corda da sineta, mas as gaiatas com as varas da vareja virada ao contrário,  massacravam a sineta enquanto os homens davam verdoadas nas pernadas das oliveiras. Havia que fazer justiça ao ganho, eles varejar e elas apanhar e encestar a azeitona e entre todos volta e meia um pouquito de aguardente. Estendidos os toldos depois da vareja feita, faltava limpar a azeitona e metê-la em sacos de serapilheira, antes de chegar o carro de bois para as acarretar.
Findo o trabalho, havia que regressar novamente a  a pé até Forninhos. Tudo havia corrido bem, por isso à porta da nossa terra, no Carvalho da Cruz, armava-se o bailarico ao som do realejo.
Tinha acabado mais um dia "ao ganho, frio, suado e tão divertido.                                                 

domingo, 17 de novembro de 2013

Domingo de Outono na Cidade

Quando cai a tarde sobre a cidade, há sempre sol e há magia...
A magia de Outono, cujo frio que aparece e na distância da aldeia, nos leva a procurar "raízes" por entre espaços de betão avassaladores que à primeira vista nada transparecem do mundo rural.
Basta procurar entre um bairro pobre ou mais rico, e por lá ficou "esquecido" um pouco de nós! 







Hoje, pleno Outono, na minha terra, estas imagens são ainda porventura banais e Deus as guarde, quero crer.
Não resisti, máquina na mão, parti à descoberta na temperatura ainda duradoira do verão de S. Martinho. Era a saudade a dizer: "Vai-te saciar". E fui...
Encontrei mais do que esperava, desligando do fundo da imensa cidade, flores da minha aldeia, a crescerem  num monte citadino. Estranhei, afinal ainda não havia plano urbanístico, ainda bem, digo, se calhar já lá não estavam.
Delícia o Sr. José (nome fictício) que me pediu para não o fotografar; a televisão já ali tinha andado...
Muita conversa e ficamos amigos, podia tirar fotos às ovelhas e contou histórias, ricas de um homem já pouco novo, mas rico de sabedoria e ficou o convite para ir a casa dele.
Na cidade está a moda da agricultura, mas os amigos Cabo-Verdianos foram pioneiros por necessidade e orgulho. Bem-hajam camaradas. 
Não dou nome ao Senhor por não o ter pedido e falta de intimidade, mas ficou a semente traduzida aquando lhe perguntei como iria crescer a horta sem água. Apenas olhou para o céu e disse: " Vem de cima"! Palavras para quê...
O pastor disse: "...quando quiser um borrego, diga...".
O hortelão pediu: "... quando quiser batatas, diga...".
Senti-me em casa!!!
Belo domingo de Outono, ganhei dois bons amigos e a minha terra, Forninhos, ficou tão perto...

Nota: Ofereço a 4.ª foto à amiga Chica do "Céus e Palavras".

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

SALTAR NO TEMPO...

Aguiar da Beira. Pelourinho, torre e fonte. 

Na surdina, esta imagem trás consigo coisas muito reais, boas e más na recordação.
A contraposição de tempos, ideologias e carácteres, pior, diria, imposicões.
Quem como eu vinha ao fim de alguns anos de um moderno seminário alemão, vê-se de um momento para o outro e com todo o respeito, remetido ao único local de ensino, condigno e acessível da zona, apesar de o poder civil se submeter à obrigatoriedade da igreja. Mais do mesmo, diria!
Pensei que não me iria afectar, errado!
Este mundo era diferente pela liberdade que aqui e ali, quebrando as "imposições" de seminarista, sós e sem "polícias", a liberdade abundava e até se podia namoriscar, à vista e claro "sem pecado".
A integração foi acontecendo, sabe Deus...Nem sabia dançar, melhor, não estava à vontade...apesar de vontade não faltar, havia que ganhar coragem, conseguido com o tempo.
O que me ia salvando, eram alguns rumores de escritos meus, na clandestinidade e ainda no seminário contra a ditadura, davam algum respeito: "cuidado com o gajo!".
A minha defesa que ainda hoje honro, apesar de um ou outro dissabor, com nomes deste e daqueles, mas...

25 de Abril de 1974

Grândola vila morena...  A Revolução dos Cravos!
Valeu a pena esperar e participar, mas Deus tenha perdão, o ar apoplético do Pide do colégio quanto todos gritavam, "desanda filho da mãe, somos livres!".
Claro que desandou...
No 1º. de Maio, já estava em Lisboa  a cantar. Pena as flores irem esmorecendo...

domingo, 10 de novembro de 2013

O TEMPO NASCE...

"O tempo passou tão rápido que parece ter sido ontem que  criei o blog dos forninhenses por acreditar que para compreender o presente é preciso primeiro conhecer o passado e porque é um prazer registar, no presente, as vivências do passado. Falar de Forninhos hoje, é  falar sobre coisas que aprecio: memórias e estórias do mundo rural e de tudo o mais que tenho saudades." Palavras de uma Senhora: Paula Albuquerque AQUI
Sou Contribuidor e Seguidor, como todos sabem e com muito orgulho, o mesmo que sinto no dia-a-dia quando por lá passo e vejo o vosso carinho. Perguntarão, Chico, onde está o novo capítulo da tua vida?
Reside aqui, hoje e sempre, o resto virá a seguir, não "deitei a toalha ao chão"! O "Nascendo..." estará sempre contigo!!!
Num magusto da catequese. Éramos tantos...
Foto: cortesia do blog dos forninhenses.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ORGULHO DE SER ESCUTEIRO


A "tribo" da minha terra estava tramada e eu também, aqui os montes eram enormes e em pânico me indagava, afina isto é terra ou céu? Estávamos separados e indefesos, pior, distantes.
Aqui a Serra da Estrela era enorme e o seminário no sopé sofria com neblina e flocos de neve. Minha rica lareira da cozinha sempre acolhedora com cavacas de pinho que a resina incendiava. Mesmo molhada, cheirava tão bem...
Começava a faltar o cheiro do sentir e ouvir do costume quotidiano desde a nascença. O sabor dos míscaros e tortulhos, urrar dos animais e no apagar da luz da camarata, zurzia a saudade, mesmo que o colega da cama ao lado tentasse meter conversa de desabafos. "Não te conheço, desampara, a minha tribo é outra". Primeiro inimigo. Mas a esperança martirizada ao minuto pela ansiedade, pouco a pouco ia-se esbatendo com os primeiros passeios na bela e medonha serra, que a princípio odiava: a minha da aldeia tinha mais encanto! Depois, o seminário até tinha vacaria e os animais a mesma linguagem. Caramba!
E o "Oh valha-me Deus" de início, comecei a sentir menos pesada a Cruz.  
Pouco a pouco, a natureza ia-me aperfilhando e transmitindo paz, dias e dias, meses e meses.
Até que pelo meu carácter beirão  habituado a serranias, rude, sincero amigo aventureiro, me convidaram para integrar o núcleo dos escuteiros, Corpo Nacional de Escutas, movimento que ainda adoro, fundado por Baden Powel, baseado no rigor da fraternidade, respeito pela natureza e "obrigação" do escuta fazer todos os dias uma boa acção. E tanto ensinamento...
Com o decorrer dos anos muita coisa veio, estudo de música, meu rico banjo e bandolim, meu querido teatro em que se corriam aldeias a convite dos párocos e um ou outro namorico, de permeio com a invasão do claustro da mesma Ordem na clandestinidade da noite em que era suposto dormir.
Por uma vez "subornei" a horas tardias a orquestra do seminário, saltando o muro pelo claustro, distante cerca de mil metros do seminário e no sossego do silêncio em que todas dormiam, "rebenta" o saxafone, trombone,  trompas, trompetes, pratos, sei lá, tudo o que havia...
E coaram gritos de freiras, gritinhos de noviças, tudo de camisas de noite até aos pés, visíveis por as luzes terem sido acendidas, e as meninas internas que ali estavam hospedadas sem compromisso religioso. Os pais pagavam pelo rigor do estudo, e bem, digo por lá ter tido uma irmã minha.
Claro que entre umas e outras que me escuso por respeito a mencionar, fui tempos depois confrontado com a minha vocação. Disse não e o Sr. Reitor respondeu que se dissesse o contrário, mentia.
Saí de mútuo acordo para o mundo novo, ainda hoje na terra dizem que fui expulso. Não me importa, sei o carinho que tenho pela Instituição.
Seminário de Gouveia, um abraço e sincero bem-haja. 

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

A TOQUE E HORAS!


Esta imagem ou idêntica, fui assimilando nos dias seguintes. Qual cornetim numa parada militar, havia que saber ler o seu toque e obedecer às suas ordens. Estava tramado!
Depois de "apanhado" e a família já ir de regresso a casa, chamei-lhes malvados e outras coisas que me contenho em dizer. Ia ter de ficar naquele monstro de cimento, sem ouvir o urrar das vacas por debaixo da casa, na loja, sem o cheiro do fumo das chaminés queimando lenha meia verde, muito menos a algazarra da minha tribo, ladeira abaixo junto a minha casa, montados em carrinhos de rolamentos. Tudo me passava pela cabeça nestes momentos. Caramba, que havia feito para ser operado sem anestesia?
As "irmãs", eram carinhosas, sorridentes, como que emanando felicidade e tentava perceber o porquê e nestes momentos de revolta aquilo não fazia sentido. Mais tarde vim a ter-lhes muito respeito, mais que merecido.
Havia que "conhecer os cantos à casa", casa enorme que um prefeito fez questão em fazer de cicerone,começando pela capela moderna, sem os dourados e queridos santos da igreja de Forninhos, até deles já sentia falta, quem diria...mas vinha para ser padre e num último ânimo imaginava-me importante a perdoar pecados àqueles que davam açoites por roubarmos frutas e sabe Deus que mais. Iam levar uma penitência pesada para aprenderem.
No mesmo piso, as salas de aula, sem aquelas carteirinhas de madeira da já minha querida escola primária.
Três ou quatro dezenas de quilómetros de distância e este era outro mundo. No piso seguinte, entre gabinetes e tanta coisa, a sala de estudo, enorme com tudo alinhado e o prefeito mostrou a minha. Até tinha gavetas e lá estavam os livros arrumados, até o de latim a tal língua morta! Socorro, se calhar já não vou poder falar, ao que cheguei...
No piso superior, as camaratas, metes a roupa neste armário, o teu, vês o nome?
Ensinaram a fazer a cama, as dobras dos lençóis e a partir de amanhã, estás por conta, haverá revista.
Era informação demasiada, hoje diria que um treino para prestar serviço no Paquistão, eram fanáticos.
Gostei de uma coisa, a parte ao ar livre, campos de vários jogos, piscinas (sem os peixes do meu rio Dão),
e um pouco mais longe, campos de cultivo e uma vacaria, disseram que o seminário era quase auto-sustentável. Já estava a ficar mais animado quando um som estridente, qual alarme dos bombeiros em caso de incêndio ecoou para mim sinistro, parecendo derreter as primeiras neves da Serra da Estrela, aqui ao lado.
À pergunta do que era, célere veio a resposta; o sinal da vossa vida aqui, andar a toque e horas.
E pensei, será assim o chamamento Divino? Oh, valha-me Deus...

A segui virá a primeira noite e dias seguintes!

sábado, 12 de outubro de 2013

A Caminho do Seminário

Seminário de Gouveia
Estava a findar o tempo da meninice, a escola primária terminaria daí a dias para quem ficasse aprovado no exame da  quarta classe. A maioria já tinha o destino marcado, trabalhar no campo a tempo inteiro,  para os seus ou  para  outros, ajudando às despesas do dia-a-dia.
O meu já estava também traçado, iria para o seminário!
Um padre amigo da família e eles próprios tal haviam decidido e eu como pouco percebia de vocações, pouco me ralava e ainda faltava o exame da primária.
No dia do exame lá fomos até Aguiar da Beira, sede de concelho de Forninhos, fazer o "tal exame" uns melhor preparados em estudo que outros.
Era dia grande para as famílias e para nós, com roupa a estrear, caneta de tinta permanente nova, que mal sabíamos usar e muito nervoso à mistura. Prova escrita e oral, que metia rios, linhas férreas, províncias do ultramar, além do "demónio" que era o ditado. Passei com distinção, mas quase metade ficou pelo caminho e não voltaram à escola, o trabalho já chamava pelo corpo.
Claro que houve festa e até nos deitaram foguetes, além dos tostões que tios e padrinhos nos davam. Estávamos uns senhores e já ricos, com dinheiro no bolso!
Volta e vez, pensava no seminário e porque teria de ir para lá,  caro para as posses dos meus pais, ficava longe, na Serra da Estrela e só voltaria à terra e aos amigos nas férias. Parece que ficava bem ter um padre na família sempre tão ligada à igreja. Havia que gozar os três meses que faltavam, em total liberdade, agora que já tinha o estatuto de estudante, mas o tempo voou e chegou o dia.
Na mala já ia o enxoval, tudo com etiqueta cozida com o nome.
Manhã cedo, no carro do meu tio António e tia Helena, mais a minha mãe e pai, lá arrancamos para a viagem. Era o início de Outubro e à saída da aldeia ainda vi a malta da minha "tribo" a surripiar castanhas de castanheiros com dono e eu enfiado num carro a caminho de ser padre. Comecei a sentir uma espécie de angústia. Ou se calhar revolta.
Por mim saía já ali, mas começaram a elogiar o seminário, que era muito bom, dos alemães, novo e com campos de futebol e piscina. Nem se usava fato de seminarista, vestia-se à civil e assim, entre curvas e contracurvas, passamos a vila de Gouveia, hoje cidade e subimos mais um pouco em direcção à serra.
Pára o carro passada a entrada  e fiquei colado ao assento, aquilo era gigantesco, com andares, jardins e freiras e padres por todo o lado com ar feliz.
- Meu Deus, pensei, será que morri e vim parar ao céu?
Lá entramos entre sorrisos e cumprimentos de boas vindas em direcção à recepção para cumprir os formalismos. O passo seguinte seria mostrar as instalações e a camarata aonde iria dormir por muitos anos.
Parecia que estava atordoado e só acordei quando começo a ouvir choros e mais choros, eram outros como eu já na despedida. Parecia que tinha cola nos braços, então ia ali ficar sózinho? 
Ainda vejo a traseira do carro em direcção a Gouveia e o braços a acenar, estava incrédulo, afinal tinha vindo parar ao inferno, apesar de uma freira simpática me consolar.
Solto-me do braço da freira e foram apanhar-me meio quilómetro depois.
Continua...

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O FRUTO DA VIDEIRA...


A mão deste senhor que fotografei sexta-feira passada, faz recuar à meninice.
Oitenta e tantos anos, tal como a minha mãe, não fossem primos direitos. De sangue!
Era a festa de família das vindimas, nas quais os mais antigos, mesmo encostados a um sacho ou cajado, por honra e "obrigação", continuam na sua sabedoria teimosa, a sufragar. Isto e outras coisas tão íntimas que vou tentando perceber, ou melhor, recordar numa outra percepção temporal.
Recuei no tempo uns anitos e este senhor tem nome: tio Porfírio, de alcunha o "Forra", o poeta da nossa terra de Forninhos.
O  primeiro a comparecer na vindima da minha mãe e o mais velho em idade e se hoje aqui trago esta " Mão" é em sua homenagem e quem quer que ele representa,  Gente boa,  de bem!
Como disse aquando me meti nesta "odisseia" de Blog pessoal, sem experiência, o meu trabalho, ou melhor, o meu lema, é e será sempre o Blog dos Forninhenses.
Lá está hoje publicada a Festa na Vinha, família e amigos, como é timbre vindo de quem todos admiramos pelo seu trabalho, tão árduo como poucos imaginam. aluap. Tive o privilégio de lá ter andado.
Eu apenas aqui venho em tom pessoal  e intimista com pequenas histórias e este fim de semana voltei a nascer... recuando num ambiente de aldeia tão doce e saboroso.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Também fui pastor...

Agora à distância, estas lembranças cheiram a algo quase inexplicável.
Parece chegar o cheiro da fogueira, o balir dos cordeiros, as mãos encarquinhadas pelo gelo e neve e o dia que teimava em não acabar.
Mas foi tão bom, até o ladrar do cão, dava descanso.
Se hoje pudesse, repetia.


Acabada a escola, fui estudar para Gouveia e apenas se vinha a casa nas férias.
As saudades apertavam e o regresso era sempre um martírio.
Era criança e em vez da pesca no rio Dão ou ribeira de Cabreira,  do roubar os figos lampos e a caroça nas cerejeiras, para não falar nos tralhões, tinha a missa todos os dias, a cama para fazer, o pouco recreio e muito estudo, mais o terço e etc;  próprio de um seminário, que era o caso.
Um dia não quis voltar, chorei baba e ranho, desiludi e desorientei os meus pais que tanto se estavam a sacrificar, mas queria ficar na terra, na liberdade.
Então por castigo, o meu pai disse-me:
- Se não queres estudar e ser alguém na vida, vais ser pastor.
Dito e feito, comprou meia dúzia de ovelhas (cinco ou seis)  e encomendou-mas.
Eu nada percebia daquilo e estava ressabiado, por ter levado a dele avante. Ainda por cima no inverno(ou inferno, tal o gelo e neve por vezes). 
Lembro-me de ir com o meu primo Graciano para as Androas,  com os mini-rebanhos,  fazer a gestão dos cancelos para não comerem de uma vez toda a erva do lameiro;  mas o frio, meu Deus!
A lenha toda molhada, com quatro paus fazíamos a cabana, roubava-mos dois canecos com resina, mais uns paus e a fumarada da lenha molhada, mas lá aguentava-mos.
Ate um dia!
O meu pai via-me casmurro, triste e revoltado e disse que nesse dia iria para Cabreira, onde tínhamos uns terrenos e o frio ali não seria tanto.
Pensei: 
- Hoje acaba a vida de pastor!
Foi comigo ate ao sitio, colocou os cancelos e la fiquei eu a cismar.
Quando percebi que pelo tempo a que fora embora ja devia estar em casa, Zás!
Cancelos abaixo, pego num pau e começo a zurzir nas ovelhas (coitadas...), e a toca-las a toda a brida em direcção a casa.
Parecia que eu e elas tínhamos asas, mas...
De repente, no alto, junto ao sitio do campo de futebol, salta o meu pai a caminho. Tinha-me lido o pensamento e a safadeza.
- Desgraçado, a pensar que me enganavas, eu ja me vinha apercebendo que a tinhas fisgada!
Virou-se o feitiço contra o feiticeiro e o zurzido no costelaço fui eu.
Passado dias vendeu as ovelhas e acabou a minha vida de pastor.
Curioso, fiquei a gostar mais do cheiro do campo.....

terça-feira, 24 de setembro de 2013

COMEÇANDO A ESCOLA...

ex-escola primária de Forninhos


Caros leitores:
Esta minha postagem tinha sido sobre o meu 1.º dia de escola. Sem querer tal post foi apagado, assim como os comentários deixados por vós. Pelo facto peço desculpa. Ainda assim consegui repôr alguns, mas infelizmente perdi um comentário da amiga Ailime e outro da aluap.
Acabada a escola fui estudar para Gouveia e apenas vinha a casa nas férias. Um dia não quis voltar, chorei baba e ranho, desiludi e desorientei os meus pais que tanto se estavam a sacrificar. Como castigo então o meu pai disse-me: - Se não queres estudar e ser alguém na vida, vais ser pastor. 
Peço que não deixem de ler o post que agora surgirá "Também fui pastor...".

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

TEMPO DE OUTONO...



Era assim, na despedida do verão, a ansiada festa das vindimas.
Na época, reservada aos familiares e amigos que se ajudavam mutuamente. Hoje vens à minha vindima, amanhã vou à tua.
Na frente do rancho de pessoas, era ver-me a mim e à Zita, amiga do peito, mais que irmã, a "roubar" os muscateis, sim, esses cachos sagrados que as donas levavam para casa, para pendurar e guardar. Tão bons depois de secos.
À noite, a pisa no lagar, homens de calças arregaçadas e nós catraios a espreitar e ouvir as cantigas brejeiras em jeito de desgarrada.O sonho era um dia ser grandes como eles.


No entretanto das vindimas e depois de apanhar os bagos do chão, trabalho de crianças a quem os rins não davam achaque algum, havia que ir em busca das agudes, essas formigas de asa que tão fundas estavam na terra. Era preciso cavar e cavar, e quando por entre o formigueiro algumas apareciam, era ouro a meter numa caixa de fósforos vazia.
Os tralhões já pinchavam insistentemente, como que apelando ao duelo, venham apanhar-me se puderem.
Tontos e taralhoucos.
Cruzavam o oceano com as andorinhas e faziam diálogo. As andorinhas perguntavam: para onde ides vós ó loucos que ides muitos e vindes poucos; ao que eles retorquiam: e de onde vós ó putas que ides poucas e vindes muitas. Coisas da passarada, mas com nexo. Uns vinham nascer, outros vinham morrer.


Era aqui nesta armadilha que eles vinham cair.
Poderá parecer desumano, mas nós crianças (e porque não também os adulto) aproveitava-mos a época desta caça.
Manhã cedo, já colocávamos as agudes no pincho do custiilo, para depois, sacho na mão, palmilhar caminhos, hortas e lameiros, volta e meia uma verdoada de cajado no costelaço por pisarmos as sementeiras de nabos recém-nascidos ou a erva semeada para no inverno abastecer o ganau, cabras, ovelhas e vacas.
E por entre figueiras, macieiras e oliveiras, lá íamos espreitando se o custilo se tinha portado bem.
Fazíamos história pelo número da caçada e das melancias roubadas por o calor ainda apertar e as uvas rebuscadas fazerem sede. Ainda havia uns figos mais tardios e uma ou outra maçã. Tudo "marchava"!


Esta trilogia de princípio de outono, culminava com a procura dos tortulhos, esse cogumelo mágico que um dia nasce, no outro desaparece.
Nós, crianças, sabíamos os sítios, naquele lameiro debaixo dos marmeleiros, naquele silvado à beira da vinha e, principalmente nas barrocas junto aos castanheiros.
Cada tortulho era um achado e notícia em Forninhos.
Fulana e cicrano, levavam um balde quase cheio. Corria a notícia!
O meu pai adorava este pitéu. Lavados e colocados nas tempres sobre as brasas, apenas com sal. Retirados do lume, eram espremidos para soltar a água  que retinham e com mais umas pedrinhas de sal, voltavam  às tempres. Imaginem uma fatia de broa e azeitonas a acompanhar...
Lembrei-me destas coisas por ser o tempo delas.

Um obridado ao Blog dos Forninhenses pelas fotos amavelmente cedidas.

sábado, 14 de setembro de 2013

CRESCENDO NA HATUREZA

A bola saltava entre gargalhadas infantis e cristalinas. E o pião rolava à velocidade da nossa infância, como convidando à descoberta de outros mistérios e aventuras.
A aldeia era linda e a natureza a tudo convidava, apelando a nela crescer, conhecer e sentir.
Para isso nada melhor que nela dormir.



O Moinho da Carvalheira, faz parte real da minha meninice, qual território sagrado dos Incas, onde a natureza se agitava naquele local recôndito, impregnado de lobos, corujas, raposas e aves de rapina, procurando o alimento para as crias, tal qual íamos esmagar o grão para o pão-nosso de cada dia. Adiante, os Cuvos, que mal produzia um raquítico milho, mas saborosos chicharros. Subindo a encosta para o lado direito, lá estava o imponente Castelo e do outro lado o Castro. No meio da encostava havia uma nascente que não secava, de dia para o homem de noite para os bichos.
Junto ao moinho, as Dornas e a sua gruta de água cristalina, aonde se sentia o mundo na sua perfeição absoluta! Chegava com o meu pai, as vacas arrastando o carro, chiando sobre o peso do grão e o difícil trilho. Teria seis anos de idade, mas a expectativa de passar o dia e a noite neste local mágico, acelerava o coração. Carro descarregado e vacas a pastar na orla da ribeira com o coaxar das rãs e o bailado das libelinhas, era hora de ir roubar umas ameixas ao Sr. Daniel, cá mais abaixo, encher os bolsos e a boina.
A seguir, uma vara de amieiro, um fio de nylon mais um anzol ferrugento com gafanhoto a servir de isco, sempre se apanhavam umas bogas tontas que se viam a olho nu; numa água que era brilhante. As maiorzitas serviam para grelhar e ajudar a bucha da noite, na fogueira acesa no canto esquerdo interior da moinho, enquanto a mó carrasca, esmagava o grão, chiava, esmagava, acompanhada pelo piar do mocho ali ao perto.
Enquanto o meu pai vigiava toda a noite a tarefa, eu aconchegava-me junto a fogueira, enrolado numa manta trazida de casa, e adormecia a sonhar com as mouras encantas ali tão perto.
Manhã cedo o meu pai acorda-me, carro já carregado com as taleigas da farinha, vacas junguidas, prontos para abalar, apenas faltava o caldeiro de lata que pendurou num fogueiro. O chiar do carro sobre as pedras na subida, faziam levantar as perdizes matinais, acordar os melros na ribeira e alvoroçar os tajasnos. Já em cima, um coelhito atarantado, apenas se desviou das vacas, pois eu ia sentado na frente do carro e o meu pai nas traseiras. Se tivesse uns custilos e tempo, aqueles tajasnos e mais que fora, não escapavam.
Mais a frente cruzamo-nos com outro carro de bois, que vinha para a moagem, era o dia que lhe pertencia em sortes (não me recordo quem era). 
Chegados perto da Pardamaia, um solavanco maior, atirou com o caldeiro e as vacas espantara-se.
Arrancam desabridas adiante, desfazendo as curvas por milagre, eu a gritar e o meu pai que entretanto saltara do carro, tambem!
Ao chegar perto do cruzamento do sitio do alambique, e surpreso pelos gritos, apareceu ou o Ti Forra ou penso que o Ti Ze Maria Indio, que sachola em riste as conseguiu parar.
Bem Hajam, mas continuo a adorar aquele lugar.


Foto: cortesia do google imagens.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

A IDADE DA INOCÊNCIA...

O pião, rei de brincadeiras
                                               
Entre o nascer e começar a gatinhar, tombo aqui, cabeça rachada acolá, vão valendo as recordações guardadas no bonito, sereno e terno colo de minha mãe.
Este hiato de tempo, é o que vadia entre as estórias e  parcas recordações da meninice, tipo lusco-fusco, até ao despertar para a vida real, 
Quase meia dúzia de anos no crescer e reinação, tão iguais nestas idades, puras, simples, genuínas, mas tão alegres e sadias.
A minha irmã Lurdes, tinha quase quatro anos de vantagem sobre mim e para ela eu seria na altura o "Nenuco" para brincar, mesmo à mão de semear, mas sempre sob o olhar atento de minha avó Maria, com quem sempre dormi até ela morrer e eu ainda criança aprendi, melhor, fui obrigado pela tradição a rezar antes de dormir.
Hoje continuo e dou graças por isso e por ela, para mim uma santa.
Mas o tempo voava mais rápido ainda que as nossas pernas esguias, correndo para o rio Dão,  poça da Eira, sítio predilecto das  tropelias, arrrenegando as lavadeiras nessa senda de miúdos carrapatos, como nos chamavam por nadarmos despidos. Provocávamos na nossa inocência malandra e riamos até chegar a casa, quais heróis  da reconquista, até a mesma se dissipar num par de nalgadas no rabo, dado pelas nossas mães.
No fundo, agora visto à distância, nem era castigo pois parecia saber a candura e porque não, um pouco de cumplicidade.
Coisas de mães...
Nestes entretantos, já nos sentíamos os mestres das brincadeiras, ninguém nos ganhava à xona e se atiravamos o pau tão longe, sabíamos o truque, pouca força e muito jeito.
No correr com o arco, era surrupiar a roda de um bicicleta abandonada, ou não, e dobrar bem o arame para o fazer correr e ainda aproveitar e isso a gente, como se tal já fossemos, aproveitar a câmara de ar rota, para fazer as atiradeiras, sim as que conhecem por fisga, e arrasar o sítio dos Olivais, na busca da glória das nossas caçadas. Miséria, valia a xinchada de tirar pela sucapa uns figos e umas uvas, enfim, só vitórias.
Sério, mesmo sério, com direito a lutas a valer no despeito do perder, era o jogo do pião.Tudo do melhor e mais moderno, mesmo que o dito fosse feito com uma faca e uma podôa..
Daqui irá partir meu próximo testemunho.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

RESURREIÇÃO



A " Maligna"

A memória cognitiva de cada um, difere.
Apega-mo-nos ao que os mais velhos reportam, por vezes complacentes no bem dizer.
A isso recorro para transcrever aqui a continuação da minha história.Após "ressuscitar", a maldita febre ainda estava arreigada, raivosa e despeitada,  procurava porventura saber como eu tinha escapada das suas garras maléficas e  furibundas.
A "safada", apenas tinha feito uma pausa. pois volvidos dois dias, voltou em dobrado. Havia que parar a maligna.
A minha avó materna tinha conhecimentos mais ou menos próxima, de uma senhora influente da circunvizinha aldeia de Dornelas, distante a meia dúzia de quilómetros.
Sabia que o filho dela, dr. Francisco Varela, recém- formado em Coimbra em medicina, usufruia uns dias de descanso na terra natal.
Ao findar do dia, porque voltei a ficar arroxeado,  minha mãe e avó, meteram-se a pé, calcorreando pinhais, contornando ribeiros, para ver se o sr. doutor podia fazer algo pela criancinha.
Lá chegadas, já noite, cansadas mais pela angústia e desespero do que pelo palmilhar do caminho em que se revezavam no colo, bateram na casa senhorial.
- Quem é, perguntou a criada.
- Sou a Maria Lameira de Forninhos e queria falar com a senhora, respondeu minha avó, ao que a criada retorquiu:
- Vou saber se pode atender.
Pausa, ansiedade, no silêncio quase eterno da expectativa, apenas quebrado pela minha tosse intermitente.
Passados segundos, aqui uma eternidade, apareceu a senhora que ao ver minha avó, exclamou surpresa:
- Tu por aqui, Maria, que te traz?
- Minha senhora, trago o meu netinho que esteve para ser enterrado por causa da febre e soube que o sr. douto cá estava e vim ver com sua permissão pedir  se o podia salvar.
- Entra Maria, essa que te acompanha parece ser a tua filha, há tanto tempo que vos não via...
Com os ruídos, o sr. doutor veio indagar o que se passava.
- Olha Francisco, esta senhora é amiga da família há muitos e muitos anos, gente de bem;  o netinho está mal e por isso vieram a pé de Forninhos pedir a tua ajuda.
Antes de saber quem eram, dei instruções à criada para não seres incomodado, pois vieste descansar, mas filho, é a Sra. Maria, nossa amiga!
-  Como se chama o menino? perguntou o médico.
-  Francisco António, respondeu ela.
- Ora bolas mãe, amigos e ele ainda por cima tem o meu nome! Mande entrar para a sala que já vou!
Contam-me que levei uma injecção, pelos vistos milagrosa.

A essa mãe e filho de Dornelas, sentido e profundo obrigado!

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

VIM AO MUNDO...


12 de Agosto de 1956.
Ainda vinha o meu saudoso pai na agrura do calor, do trabalho dos campos, empoeirado e cansado e a pensar que ainda teria de acomodar o ganau, vacas, porcos, galinhas, coelhos, sei la...
A mulher, minha mae, estava comigo na barriga e nao podia ajudar.
Percebia, claro o momento, mas o caracter beirao, talhado em fragas, aparentemente emperdernido,  mas de manteiga, nada deixava transparecer. Sofria no silencio, esperando que ao eu nascer, nao fosse atacado pela febre, a que chamavam coculuche.
Penso ser esse o termo, mais silaba menos silaba.
Isto em pleno Agosto, quente, tao ou mais quente que o calor da lareira, onde fumegava a caldeira de cobre, com panos e paninhos que a parteira, minha avo , Maria Lameira, na sua altivez, semeljhante a sua estatura, ordenava.
Perto do meio dia, apareceu esta coisa, eu.
Feio todos os dias, cada velhota rezava pelos cantos, no dizer, Nosso Senhor o conserve!
Contam.
Fui arrebitando caminho ate ser dado como morto. Era a maldita febre.
A minha familia era muito dada aos padres, talvez por algumas posses que tinham e contribuiam em prol da terra, deles e da igreja.
Foi marcado o meu funeral de anjinho, caixao branco, etc... para o dia seguinte.
Mal pareceria ir a sepultar este fulano, filho e neto de quem era, sem ser baptizado.
Pela calada da noite, falando com o Sr. padre, embrulhado, me levaram na igreja para o baptismo.
No dia seguinte seria o funeral, mas com irmandade e tudo.
Faltava o nome ainda nao escolhido.
Pergunta aqui, pergunta ali e nada!
O Sr. padre Valdemiro, sugeriu, coitadinho, como logo vai para debaixo da terra, porque nao dar o nome dos dois avos, Francisco e Antonio.Homenagem.
Assim fui baptizado, Francisco Antonio Fonseca de Almeida.
E este malandro, ja na altura teve o descaramento de enganar tudo e todos e hoje com amor por aqui andar...

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

COMECOU MAIS OU MENOS ASSIM.




PODEMOS COMECAR SEM PONTOS NEM VIRGULAS
ESTA FOTO QUE ROUBEI NA NET COMO OUTRAS PELO LONGO TEMPO EM QUE AQUI ANDAREI SAO O SINONIMO PERFEITO DA ANSIEDADE DOLOROSA DE QUEM ESPERA O NASCIMENTO
NESTE CASO O MEU 12 DE AGOSTO DE  1956
O CARRO DE BOIS DE SUPORTE E A SOMBRA DA ARVORE NAO ESCONDEM A PREOCUPACAO PELO TRASTE QUE  IRIA APARECER.

E GRITAMOS ANTES DE ABRIR OS OLHOS.


NASCENDO ATE HOJE sera apenas um local de confidencias de uma vida e quica um dia publicar.
O meu coracao esta e estara toda a vida no blog dos forninhenses.
Essa sim, uma luta real, no terreno e jamais teria a ousadia de tal abdicar, comungo isso com a Paula e seremos se Deus quiser e com vossa ajuda, os continuos pressecutores da historia da nossa terra. Sagrado.
Criar este espaco, pretende ser um alerta para quem sai do meio familiar, so, sem estar preparado para as armadilhas da vida.
A luta verdadeira sera continuamente Forninhos!